A doméstica deu uma entrevista ao programa “Encontro” na manhã desta terça-feira (26). Ela disse que a agressão aconteceu na semana passada. O caso também foi exibido no RJ1 de segunda (25).
“Muito agressivo, muito nervoso e o tempo todo colocando o dedo no meu rosto. E eu pedindo para ele tirar o dedo do meu rosto”, afirmou.
O Encontro entrou em contato com o major Bruno Chagas, que disse que não vai se manifestar no momento e que vai esperar ter acesso aos autos para se defender.
Trabalho sem carteira assinada
Patrícia disse que trabalhava sem carteira assinada desde janeiro no apartamento onde vivem o PM e a mulher. E que o status do Whatsapp não era direcionado a ele.
“Era uma frase sobre empregada doméstica. Não lembro ao certo a frase, mas era algo que dizia que não custa nada fazer só porque tem empregada, entendeu? Mas não mencionei ninguém, não direcionei a ninguém”, contou.
A doméstica destaca que o comportamento de Bruno sempre foi instável, mas nunca tinha chegado ao ponto de uma agressão. E que a reação ao receber o tapa foi “automática” porque não esperava a atitude.
“Tinha dia que ele acordava de cara feia, tinha dia que ele acordava melhor. Eu o tratava como patrão, sem muita conversa. Eu falava mais com a esposa dele”, afirmou a doméstica.
Patrícia contou que o casal estava com a chave do carro dela e que, quando Bruno a mandou ir embora, ela disse que só sairia com o automóvel. Segundo ela, itens pessoais da esposa do PM estavam guardados no lugar e os dois desceram pelo elevador.
“Ele pediu para eu me retirar e eu disse que ele não precisava ficar botando a mão em mim que eu ia sair do apartamento, mas que eu queria a chave do meu carro. E ele falando que não ia me entregar a chave”, disse Patrícia.
A doméstica disse que, quando os dois estavam entrando no elevador, ela disse que ia denunciá-lo pelas ofensas, mas ele não se intimidou.
“Eu estava falando que ia dar parte dele, e ele falou que poderia dar parte e fazer o que quisesse porque ele era major da PM”, falou Patrícia.
O caso foi registrado no mesmo dia na Polícia Civil. Depois disso, Bruno ainda tentou entrar em contato.
“Depois que eu fiz a denúncia, ele fez algumas ligações para o meu telefone, para o telefone do meu esposo, mas a gente não atendeu”.
De acordo com o advogado de Patrícia, o major da PM vai responder por ameaça e lesão corporal.
O que dizem PM e Polícia Civil
Em nota, a Polícia Militar informou que a Corregedoria da corporação já está com as imagens que mostram a agressão e que abriu uma investigação sobre o caso. A Polícia Civil informou que está investigando a agressão.
O major Bruno Chagas já respondeu a um processo na Corregedoria da PM por ter entrado sem autorização na casa da ex-mulher, a deputada federal Major Fabiana, e também xingá-la.
Nesse caso, a PM considerou que o major cometeu crime de competência da Justiça comum. E que no âmbito militar, se tratou de uma transgressão de disciplina. A apuração acabou arquivada.
No Tribunal de Justiça, a suposta invasão do major à casa da ex também foi arquivado.