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terça-feira, 05/11/2024
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Doméstica que aparece em imagens levando tapa de major da PM conta que ele questionou atraso e frase no Whatsapp

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Vítima disse que frase usada em aplicativo não tinha relação com agressor. Policial disse que não vai se manifestar no momento e que vai esperar ter acesso aos autos para se defender.

Patrícia Peixoto falou sobre as imagens em que o patrão aparece dando um tapa no rosto dela durante entrevista no Encontro — Foto: Reprodução/ TV Globo

A empregada doméstica que aparece em um vídeo da câmera de segurança do elevador do prédio do major da PM Bruno Chagas conta que, além da reclamação por conta do atraso, foi questionada por uma frase que estava no status do Whatsapp. As imagens mostram o homem dando um tapa no rosto dela, que reagiu. O caso aconteceu no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio.

“Eu cheguei às 9h20, pelo fato de estar com a minha filha doente e não ter dormido à noite. Perdi a hora e cheguei um pouco atrasada. Aí veio me questionando o horário, por ter me atrasado, e eu me explicando. Em seguida veio o meu patrão questionando algo que eu tinha postado no meu status no Whatsapp”, contou Patrícia Peixoto.

A doméstica deu uma entrevista ao programa “Encontro” na manhã desta terça-feira (26). Ela disse que a agressão aconteceu na semana passada. O caso também foi exibido no RJ1 de segunda (25).

“Muito agressivo, muito nervoso e o tempo todo colocando o dedo no meu rosto. E eu pedindo para ele tirar o dedo do meu rosto”, afirmou.

O Encontro entrou em contato com o major Bruno Chagas, que disse que não vai se manifestar no momento e que vai esperar ter acesso aos autos para se defender.

Trabalho sem carteira assinada

Patrícia disse que trabalhava sem carteira assinada desde janeiro no apartamento onde vivem o PM e a mulher. E que o status do Whatsapp não era direcionado a ele.

“Era uma frase sobre empregada doméstica. Não lembro ao certo a frase, mas era algo que dizia que não custa nada fazer só porque tem empregada, entendeu? Mas não mencionei ninguém, não direcionei a ninguém”, contou.

A doméstica destaca que o comportamento de Bruno sempre foi instável, mas nunca tinha chegado ao ponto de uma agressão. E que a reação ao receber o tapa foi “automática” porque não esperava a atitude.

“Tinha dia que ele acordava de cara feia, tinha dia que ele acordava melhor. Eu o tratava como patrão, sem muita conversa. Eu falava mais com a esposa dele”, afirmou a doméstica.

Patrícia contou que o casal estava com a chave do carro dela e que, quando Bruno a mandou ir embora, ela disse que só sairia com o automóvel. Segundo ela, itens pessoais da esposa do PM estavam guardados no lugar e os dois desceram pelo elevador.

“Ele pediu para eu me retirar e eu disse que ele não precisava ficar botando a mão em mim que eu ia sair do apartamento, mas que eu queria a chave do meu carro. E ele falando que não ia me entregar a chave”, disse Patrícia.

PM tentou contato

A doméstica disse que, quando os dois estavam entrando no elevador, ela disse que ia denunciá-lo pelas ofensas, mas ele não se intimidou.

“Eu estava falando que ia dar parte dele, e ele falou que poderia dar parte e fazer o que quisesse porque ele era major da PM”, falou Patrícia.

O caso foi registrado no mesmo dia na Polícia Civil. Depois disso, Bruno ainda tentou entrar em contato.

“Depois que eu fiz a denúncia, ele fez algumas ligações para o meu telefone, para o telefone do meu esposo, mas a gente não atendeu”.

De acordo com o advogado de Patrícia, o major da PM vai responder por ameaça e lesão corporal.

O que dizem PM e Polícia Civil

Em nota, a Polícia Militar informou que a Corregedoria da corporação já está com as imagens que mostram a agressão e que abriu uma investigação sobre o caso. A Polícia Civil informou que está investigando a agressão.

Histórico

O major Bruno Chagas já respondeu a um processo na Corregedoria da PM por ter entrado sem autorização na casa da ex-mulher, a deputada federal Major Fabiana, e também xingá-la.

Nesse caso, a PM considerou que o major cometeu crime de competência da Justiça comum. E que no âmbito militar, se tratou de uma transgressão de disciplina. A apuração acabou arquivada.

No Tribunal de Justiça, a suposta invasão do major à casa da ex também foi arquivado.

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