Hugo Motta deu bronca dos parlamentares
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A sessão da Câmara dos Deputados foi suspensa nesta terça-feira (18), após tumulto gerado por discursos sobre a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 33 pessoas. O clima esquentou no Plenário após a fala do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que ironizou as acusações de tentativa de golpe de Estado.
Durante seu discurso, Nikolas minimizou os fatos apontados pela PGR.
– Tinha um cara vendendo algodão doce no meio do golpe. Uma terrorista usou batom e outro um estilingue. Prenderam até um morador de rua – disse o parlamentar, que também criticou o custo de vida no Brasil.
– Golpe é meu ovo que está caro como o café e o azeite –concluiu.
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Nikolas Ferreira discursa na Câmara Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados
A fala gerou protestos imediatos de deputados de esquerda. O líder do PT, Lindbergh Farias (PT-RJ), tentou responder, mas foi interrompido diversas vezes por parlamentares da oposição. A sessão, presidida pela deputada Delegada Katarina (PSD-SE), foi suspensa após parlamentares trocarem ofensas e palavras de ordem.
Deputadas da base governista ainda pediram respeito à Delegada Katarina, destacando que a sessão era comandada por uma mulher. O presidente da Câmara, Hugo Motta, interveio em seguida e anunciou medidas para conter comportamentos inadequados no Plenário, como a proibição de cartazes e acionamento do Conselho de Ética contra excessos.
– Aqui não é jardim da infância nem lugar para espetacularização que denigre a imagem desta Casa. Não aceitarei este tipo de comportamento – afirmou Motta, que pediu respeito e responsabilidade aos parlamentares.