Há dez dias, a ocupação era de 41%; preocupação é de que leitos de hospitais de campanha não sejam entregues a tempo
Enquanto os hospitais de campanha anunciados pelo governo não são inaugurados, o Rio de Janeiro começa a ligar o alerta para possível colapso no sistema de Saúde. Atualmente, segundo a Secretaria Estadual de Saúde, 72% dos leitos de UTI estão ocupados por pacientes diagnosticados com a covid-19. Há dez dias, o porcentual era de 63%.
A previsão é de que os 2 mil leitos – incluindo UTI e enfermaria – dos hospitais de campanha sejam inaugurados até o dia 30 de abril. No entanto, um estudo da professora brasileira Marcia Castro, da Universidade de Harvard, prevê o colapso da rede até o dia 27 deste mês, no cenário mais otimista. No cenário mais pessimista, os leitos de UTI poderiam ser insuficientes já a partir desta sexta-feira, 17.
A pesquisa sugere, portanto, que as unidades deveriam ser inauguradas com mais agilidade. Feito a pedido da Rede Globo, o estudo foi citado em ofício enviado nesta quarta-feira, 15, ao governador Wilson Witzel pelo deputado estadual Renan Ferreirinha (PSB).
De acordo com a secretaria, 548 novos leitos já foram abertos no Estado para atender as vítimas. Ao todo, diz a pasta, “a SES vai disponibilizar na capital, Região Metropolitana e interior 3.414 leitos”, incluindo os 2 mil dos hospitais de campanha.
O caso dos leitos de enfermaria também preocupa. Há dez dias, a ocupação era de 41%; hoje, o número chegou a 62%. Além da abertura de leitos, a secretaria destaca que, para evitar o colapso, a população deve “ficar em casa e seguir as recomendações de isolamento, proteção e de higiene para controle da doença.”
Na noite desta quarta-feira, o próprio secretário de Saúde, Edmar Santos, confirmou que testou positivo para a covid-19, assim como o governador Witzel. Edmar, contudo, está sem sintomas. Ambos afirmaram que continuarão trabalhando de casa no combate à pandemia.