Criança foi mordida na casa dela, em Guarujá (SP). Segundo Luis Barreto Baptista, pai da vítima, a filha estava ‘sozinha’ em um cômodo da residência.
Uma bebê de apenas um ano ficou internada por 14 dias no hospital após ser mordida por uma cobra dentro de casa, em Guarujá, no litoral de São Paulo. Ao g1, o pai da criança, o eletricista naval Luis Barreto Baptista, de 29 anos, contou nesta quarta-feira (5) que o réptil identificado como uma cobra d’água ‘aproveitou’ um raro momento em que a criança estava sozinha em um dos cômodos da residência. “Vi a cobra dando o bote”, lembrou.
A cobra mordeu o dedo indicador da mão direita da menina, dentro da casa da família, na Rua Paulo Orlandi, na Vila Santo Antônio, no último dia 18 de março. A criança foi levada na sequência a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município e, depois, transferida ao Hospital Santo Amaro (HSA), onde ficou internada. Ela já recebeu alta. O animal, por sua vez, não é considerado venenoso.
O pai relatou que a situação aconteceu rapidamente. “Minha filha costuma engatinhar atrás de mim pela casa. Decidi dar um banho nela e busquei uma toalha. Achei estranho que ela não me acompanhou. Voltei rapidamente e vi a cobra dando o bote e, depois, indo para trás da geladeira, já se preparando para atacar novamente“.
Baptista disse que matou a cobra dentro da própria casa e, na sequência, colocou o animal dentro de um pote de vidro. Ele levou a criança e o recipiente com a cobra à UPA e, depois, ao hospital.
Segundo o homem, foi a primeira vez que uma serpente entrou na residência, situação que ele atribui à uma medida da Prefeitura de Guarujá na região onde mora. Além disso, Baptista disse ter passado por diversos problemas em relação à identificação do réptil já no Hospital Santo Amaro.
Menina foi mordida pela cobra dentro de casa, no litoral de São Paulo — Foto: Arquivo Pessoal
Críticas à prefeitura e ao hospital
De acordo com Baptista, cobras passaram a aparecer onde ele mora após o processo de desocupação e demolição de casas irregulares na área, feito pela Prefeitura de Guarujá. Ao g1, o município informou que uma equipe do Grupamento de Defesa Ambiental, da Guarda Civil Municipal (GCM), vai até o local na quinta-feira (6) para averiguar a situação.
O pai da menina afirmou também que, por conta da suposta demora na identificação do animal – que havia sido entregue dentro do pote de vidro aos responsáveis no hospital -, ele decidiu recuperar a cobra e tentar descobrir a espécie por conta própria.
O homem levou o animal até o Instituto Butantan, na capital paulista. No local, ele recebeu um laudo que descreve a serpente como uma Erythrolamprus Miliaris, popularmente conhecida como cobra d’água.
Ainda de acordo com Baptista, o laudo foi entregue à pediatra responsável pelos cuidados da menina no HSA. A criança recebeu alta na última sexta-feira (31). O pai dela, porém, disse que em um exame de sangue da filha ainda havia resquícios de uma suposta infecção pela mordida do animal.
O homem afirmou que, atualmente, a filha está melhor, sem febre e vômito, sintomas que teve anteriormente – após a mordida da cobra. Preocupado, ele comentou que vai “correr por fora”, em médicos particulares, para ter certeza de que não há mais qualquer tipo de problema.
O que diz o HSA
O Hospital Santos Amaro, por meio de nota, informou que a criança foi atendida por uma pediatra que constatou lesão compatível com mordida de cobra. “[A menina] não apresentou alterações que sugerissem envenenamento. Foi medicada com antialérgico e foi acionado o médico do município, responsável por ocorrências com animais peçonhentos. O especialista avaliou e concluiu que a espécie conhecida como ‘cobra d’ água’ foi responsável pela lesão e que não seria espécie venenosa”.
O HSA relatou também que, durante o período de internação, a criança apresentou febre e foi medicada. O hospital também realizou exames laboratoriais e aplicou antibióticos. De acordo com a unidade de saúde, a menina recebeu alta em “perfeita condição de saúde”.