O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, respondeu às declarações do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que afirmou que “não há fome” na Faixa de Gaza. Trump contestou Netanyahu, dizendo que, com base nas imagens que viu na televisão, “essas crianças estão muito famintas”.
Trump está em visita à Escócia para uma reunião com representantes da União Europeia (UE), para discutir questões tarifárias. Ao lado do primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, ele foi questionado se concordava com a declaração polêmica de Netanyahu sobre a fome na Faixa de Gaza.
“Não sei. Mas com base na televisão, eu diria que não é verdade, principalmente porque essas crianças parecem estar passando muita fome. Estou tentando providenciar comida para as pessoas agora, essa é a nossa principal prioridade, pois muitos estão passando fome”, disse Trump a jornalistas na segunda-feira (28/7).
De acordo com Trump, outras nações precisarão se unir para enfrentar essa situação. “Quando falei com Ursula Von der Leyen, presidente da UE, ontem, ela garantiu que os países europeus irão colaborar”.
O comentário controverso do premiê israelense contradiz o relato de uma grave crise humanitária e o aumento do número de mortes por desnutrição entre palestinos em Gaza. Relatórios das Nações Unidas indicam que a Faixa de Gaza está em conflito entre Israel e o Hamas, e muitos palestinos enfrentam escassez de alimentos.
Devido ao aumento dos óbitos anunciado pelo governo palestino, o exército israelense declarou no domingo (27/7) uma “pausa tática” diária de 10 horas para permitir a entrega de ajuda humanitária, “todos os dias até novo aviso”.
Starmer também ressaltou a existência de uma crise humanitária em Gaza, afirmando que o povo britânico está indignado com as condições precárias e de fome extrema na região. Ele pediu a busca por um cessar-fogo e agradeceu a Trump por liderar os esforços nesse sentido.
Impasse para um cessar-fogo em Gaza
Donald Trump tenta controlar a situação humanitária em Gaza. Em 9 de julho, na Casa Branca, Netanyahu mencionou a possibilidade de expulsar palestinos da Faixa de Gaza e afirmou que trabalha, junto aos EUA, para encontrar países que possam abrigar a população do território.
No entanto, o premiê israelense declarou que sua prioridade é a libertação de reféns ainda mantidos pelo Hamas, “vivos ou mortos”. Um cessar-fogo só seria possível se ambas as partes chegassem a um acordo envolvendo Israel e os Estados Unidos.
A organização extremista declarou que as negociações de paz estão sendo difíceis. Os principais pontos de divergência incluem a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, a retirada total das tropas israelenses e garantias para um cessar-fogo permanente.
Trump afirma ter evitado seis guerras
Durante a coletiva, Trump comentou que, se não estivesse na presidência dos Estados Unidos, haveria seis guerras em curso atualmente.
“Se eu não estivesse presente, haveria seis conflitos sérios acontecendo. A Índia estaria em guerra com o Paquistão”, afirmou.
O líder norte-americano fez referência à disputa entre Tailândia e Camboja, citando que sua intervenção, com sanções comerciais, resultou em um cessar-fogo.
Desde quinta-feira (24/7), Tailândia e Camboja estavam em confrontos mútuos, mas nesta segunda-feira (28/7) concordaram em suspender as hostilidades imediatamente e sem condições.

