São Paulo, 09 – A tarifa de 50% que o governo dos Estados Unidos pretende aplicar aos produtos brasileiros a partir de 1º de agosto dificulta muito o comércio entre os dois países, segundo José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).
José Augusto de Castro comenta que, diante dessa medida, as empresas provavelmente vão parar de vender para os EUA até que haja uma decisão clara sobre a tarifa. Ele acredita que agora é o momento para que a diplomacia atue para tentar reverter essa situação.
A política comercial rigorosa adotada pelo governo Donald Trump surpreendeu muitos quando, nesta quarta-feira, 9, foi anunciado o aumento da tarifa para 50%, um valor muito acima do piso inicial de 10% que havia sido mencionado em abril, o que já havia preocupado os exportadores brasileiros.
O presidente da AEB, uma entidade que representa empresas que trabalham com comércio exterior, diz que esperava uma tarifa mais alta, mas que não passaria de 20%. A taxa de 50% é considerada muito fora do esperado. Além do impacto direto nas exportações para os EUA, essa alta tarifa passa uma má impressão para outros parceiros comerciais. Castro afirmou que isso sugere que o Brasil cometeu alguma infração grave e, por isso, está sendo castigado, afastando possíveis negócios com outros países.
Ele destacou que os produtos manufaturados brasileiros, que já enfrentam dificuldades para competir no mercado americano, agora se tornam quase impossíveis de vender lá. A busca por novos mercados é a estratégia adotada por vários países afetados pelas tarifas aplicadas pelo governo Trump, mas no caso do Brasil, isso fica difícil devido aos altos custos de produção internos.
Estadão Conteúdo