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segunda-feira, 14/07/2025

Tarcísio dá prioridade ao centrão e gera descontentamento entre aliados de Bolsonaro em São Paulo

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Em Brasília

BRUNO RIBEIRO e JULIANA ARREGUY
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Deputados estaduais alinhados com Jair Bolsonaro (PL) em São Paulo enfrentam dificuldades com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Eles expressam insatisfação com a lentidão na liberação de emendas parlamentares, resistência do governador em aprovar projetos de interesse do grupo e o bloqueio de indicações para cargos públicos.

Nas últimas semanas, esses deputados demonstraram seu desagrado, ameaçando se abster de votações importantes para o governo e criticando diretamente a equipe de Tarcísio na Assembleia Legislativa.

Recentemente, o governo não conseguiu aprovar emendas fundamentais nas datas previstas pelo Palácio dos Bandeirantes, seja por falta de quórum ou por discussões que se estenderam até o limite permitido.

O programa social SuperAção, lançado em maio com foco na redução da pobreza, teve sua votação atrasada em quase uma semana. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) também teve sua votação adiada várias vezes.

O sentimento geral é que as emendas têm favorecido deputados estaduais do centrão ou do segmento do “PL raiz”, que não são bolsonaristas, o que o governo nega.

No primeiro semestre, o valor total das emendas a aliados foi de R$ 349 milhões, maior que os R$ 299 milhões pagos no mesmo período do ano anterior. Porém, os bolsonaristas sentem-se preteridos. Dos 94 deputados estaduais, 68 receberam emendas voluntárias até agora, nenhum pertencente ao PSOL, partido de oposição.

Entre os dez deputados mais beneficiados, só uma é ligada ao ex-presidente Bolsonaro: a deputada Fabiana Bolsonaro (PL), que indicou um repasse de R$ 10 milhões para a Prefeitura de Bragança Paulista.

Na média, os deputados não bolsonaristas receberam R$ 5,3 milhões each, enquanto os bolsonaristas tiveram média de R$ 4 milhões. Alguns bolsonaristas importantes, como Gil Diniz (PL) e Paulo Mansur (PL), ainda não tiveram emendas pagas.

O governo tem o compromisso de liberar R$ 751 milhões em emendas voluntárias. Os deputados querem impedir que parte desse valor fique para o próximo ano, pois uma parte dos recursos prometidos para 2024 ainda não foi paga.

A votação do SuperAção coincidiu com um evento em Presidente Prudente com a presença de Bolsonaro, e os deputados preferiram acompanhar o ex-presidente, causando falta de quórum e adiamento da votação. Na votação da LDO, a oposição estendeu o tempo de sessão e o grupo bolsonarista permitiu, adiando novamente a decisão.

Além disso, parlamentares bolsonaristas reclamam na Assembleia sobre a gestão do governador. O deputado Lucas Bove (PL) criticou o secretário da Fazenda, Samuel Kinoshita, pela demora em atender pedidos e solicitações.

Gil Diniz apontou problemas na segurança pública, mencionando furtos e ameaças contra deputados, destacando a necessidade urgente de respostas do parlamento.

A Secretaria de Governo negou que haja qualquer direcionamento político na liberação das emendas, explicando que casos relacionados à saúde que foram apresentados até abril já foram pagos e que outros pedidos estão em processo conforme andamento dos convênios.

O líder do governo na Assembleia, Gilmaci Santos (Republicanos), enfatizou que deputados bolsonaristas já receberam suas emendas, dependendo da natureza da indicação, e que pagamentos para prefeituras ocorrem de forma mais rápida do que convênios em outras áreas como saúde e segurança.

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