Moradores de Diadema, no ABC, jogaram lixo no meio da Rua Afonso Pena na madrugada desta quinta-feira (26) em protesto contra a greve dos garis. A paralisação, que entra no quinto dia, afeta 132 cidades de São Paulo, segundo o sindicato dos coletores.
Moradores se queixaram do mau cheiro e motoristas tiveram dificuldade para passar pelo local. A prefeitura enviou uma equipe de varrição pela manhã para fazer a limpeza emergencial.
A região mais afetada pela greve é o ABC, onde o lixo já se acumula nas calçadas nas cidades de Santo André, São Bernardo do Campo e Diadema.
Na audiência no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), patrões e empregados não chegaram a um acordo na tarde desta terça-feira (24). A justiça determinou que 70% dos garis permaneçam em atividade.
Na região da Avenida Piraporinha, em Diadema, na Avenida Lucas Nogueira Garcez, em São Bernardo do Campo, e no Jardim Rossini, em Santo André, a reportagem do Bom Dia São Paulo encontrou muitos sacos de lixo acumulados.
As Prefeituras não informaram quantos garis estão parados. A estimativa é a de que 2 mil toneladas de lixo sejam retiradas por dia no ABC.
Segundo a Federação dos Trabalhadores em Serviços, Asseio e Conservação Ambiental, Urbana e Áreas Verdes do Estado de São Paulo (Femaco), a paralisação atinge cerca de 30 mil trabalhadores, com salário médio entre R$ 800 a R$ 1200, em 132 cidades – dentre elas a região do ABC paulista, além de Osasco e Guarulhos.
A categoria pede aumento salarial de 11,73%, mas o Sindicato das Empresas Urbanas de São Paulo (Selur) oferece 7,68% de reajuste. A greve não afeta a capital paulista e Campinas, que têm data-base em setembro.
A Femaco afirma que as negociações começaram em janeiro deste ano. A primeira audiência no TRT ocorreu na última sexta-feira (20). Ainda segundo a Femaco, os trabalhadores buscam o valor de 11,73%. Nesta terça (24), TRT fez a proposta de 9,68% de reajuste, mas o valor não foi aceito pelo Selur.
Ariovaldo Caodaglio, presidente do Selur, alega que as empresas não têm como chegar a tal número. O sindicato começou oferecendo 6,5% de reajuste, e elevou o valor durante as negociações.
“Fizemos uma contra proposta de 7,68%, o máximo que a categoria pode oferecer. Por uma razão bastante clara: estamos vivendo um momento muito difícil, grande parte dos municípios está com o orçamento já tomando. Hoje nós temos outro problema que é a inadimplência. Grande parte de prefeituras estão com dificuldade de pagamento. Isso provoca problema de caixa”, defende o presidente.
Fonte: G1