Nathalia Garcia
Brasília, DF (Folhapress)
Quase 20 mil pessoas escolheram proteger seus dados para evitar a criação de novas contas bancárias em seus nomes já no primeiro dia de funcionamento da nova ferramenta lançada pelo Banco Central nesta segunda-feira (1º). O serviço, chamado BC Protege+, tem como objetivo principal evitar fraudes e aumentar a segurança financeira.
Esse recurso, que pode ser ativado de forma voluntária, permite que qualquer cidadão impeça a abertura de contas (corrente, poupança ou contas pré-pagas) em seu nome. Além disso, protege contra a utilização indevida do nome do cidadão ou de sua empresa em contas de outras pessoas.
A ferramenta foi apresentada por Izabela Correa, diretora de Cidadania e Supervisão de Conduta do BC, e por Carlos Eduardo Gomes, chefe do departamento de Atendimento Institucional.
“O BC Protege+ é um serviço que ajuda tanto os cidadãos quanto o sistema financeiro, prevenindo fraudes e fortalecendo a integridade do sistema”, explicou Correa.
Até as 18 horas do primeiro dia, 19,5 mil pessoas já ativaram a proteção depois que a ferramenta ficou disponível ao público às 10 horas. Foram feitas 760 mil consultas por instituições financeiras para verificar as preferências dos clientes, e 456 contas deixaram de ser abertas.
Por volta de 15 horas, os números eram de 7,800 pessoas protegidas e 500 mil consultas realizadas. “Esperamos que esses números cresçam muito nos próximos dias com a divulgação do sistema”, disse Gomes.
O Banco Central anunciou a criação dessa função em maio, e ela era uma das prioridades para 2025-2026. A expectativa é que o sistema reduza golpes e fraudes na abertura de contas, além de aumentar a confiabilidade das instituições financeiras e do sistema como um todo.
“Usuários que tiveram seus dados vazados terão mais segurança na hora de abrir contas, evitando perdas financeiras e transtornos emocionais”, afirmou Correa.
Recentemente, o Brasil registrou 32 milhões de pessoas ameaçadas ou chantageadas por vazamento de dados em um ano, gerando prejuízos estimados em R$ 24,2 bilhões, segundo pesquisa encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
“Esta ferramenta protege não só contra golpes, mas também contra contas fraudadas e outros processos pouco claros”, acrescentou Gomes.
O usuário pode ativar ou desativar a proteção a qualquer momento e acompanhar os registros de consultas feitas por instituições financeiras sobre a abertura de contas em seu nome.
O BC está analisando expandir o sistema para incluir outros serviços, como chaves Pix, operações de crédito e cartões de crédito. “Vamos avaliar a aceitação da sociedade para ampliar a proteção”, explicou Gomes.
Como usar o BC Protege+
- Para empresas, o serviço está disponível para sócios, representantes e colaboradores cadastrados na plataforma gov.br;
- Cidadãos devem acessar o Meu BC com conta gov.br nível prata ou ouro, com autenticação de dois fatores;
- Clicar em gerenciar a proteção no BC Protege+;
- Ativar a proteção na opção de abertura e inclusão de contas;
- Antes de abrir uma conta ou registrar um representante, a instituição deverá consultar se o CPF ou CNPJ está protegido. Se sim, a abertura será bloqueada;
- O usuário pode ativar ou desativar essa proteção a qualquer momento;
- O sistema permite acompanhar quais instituições consultaram os dados.

