O Partido dos Trabalhadores (PT), liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, promove neste domingo (6/7) o primeiro turno da eleição direta (PED). Mais de 2 milhões de filiados irão votar para escolher as novas direções municipais, estaduais e nacional da legenda para os próximos quatro anos.
O principal candidato para substituir Gleisi Hoffmann na presidência nacional do PT, após quase oito anos no cargo, é o paulista Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara por quatro mandatos.
Ele conta com o apoio de figuras importantes do partido, como o próprio presidente Lula, a ministra das Relações Institucionais Gleisi Hoffmann, o ministro da Fazenda Fernando Haddad e o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Além dele, há outros três concorrentes com pouca chance de avançar para o segundo turno:
- Rui Falcão, deputado federal por São Paulo e ex-presidente do partido;
- Romênio Pereira, secretário de Relações Internacionais;
- Valter Pomar, historiador.
Como será a votação
- O voto será das 9h às 17h nos diretórios municipais em todo o país;
- Serão escolhidos presidentes nacional, estaduais, municipais e zonais;
- O resultado pode ser divulgado apenas na segunda-feira, pois a apuração inicia após as 17h de domingo;
- Filiados que residem no exterior poderão votar para a presidência nacional.
Conflitos e discordâncias
Nas unidades federativas, a disputa tem apresentado maior complexidade, com acusações entre candidatos aumentando a tensão, especialmente às vésperas do ano eleitoral. Muitos estados evidenciam divisões internas.
Um exemplo é Minas Gerais, que teve uma reviravolta na última semana. Atualmente, quatro disputam o cargo: Dandara Tonantzin, Esdras Juvenal, Juanito Vieira e a deputada estadual Leninha.
A deputada federal Dandara Tonantzin teve sua candidatura suspensa pelo diretório nacional devido a uma dívida partidária de cerca de R$ 130 mil, mas uma decisão judicial permitiu que ela continue na disputa. Ela afirma que realizou o pagamento dentro do prazo, com comprovação bancária, e conta com o apoio do presidente estadual do PT, deputado estadual Cristiano Silveira, e do deputado federal Reginaldo Lopes.
No Distrito Federal e no Rio Grande do Sul, o cenário está igualmente disputado, com cinco e seis candidatos respectivamente.
Na terra natal da ex-presidente do partido Gleisi Hoffmann, o Paraná, a ministra apoia o atual presidente estadual do PT, deputado estadual Arilson Chiorato. Outro candidato é o deputado federal Zeca Dirceu, filho do ex-ministro José Dirceu.
No Espírito Santo, a disputa principal é entre a deputada federal Jack Rocha e o deputado estadual João Cóser, ex-prefeito de Vitória, apoiado pela ex-ministra Iriny Lopes.
Na Bahia, o ministro da Casa Civil Rui Costa apoia Jonas Paulo, enquanto o líder do governo no Senado, Jaques Wagner, apoia Tássio Brito.
No Rio de Janeiro, concorre o deputado federal Reimont, respaldado por parlamentares como o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias. Em oposição, o prefeito de Maricá e vice-presidente nacional do PT, Washington Quaquá, lançou seu filho Diego Zeidan para a presidência estadual.
Essas disputas refletem visões distintas dentro do partido sobre a direção que o governo Lula deve tomar na campanha presidencial do próximo ano. Além disso, antecipam as contendas para candidaturas nas eleições gerais de 2026, incluindo senadores e alianças partidárias.