Sujeira vai de Itaquaquecetuba a Cabreúva, diz SOS Mata Atlântica. Poluição mais que dobrou entre 2014 e 2015, durante crise hídrica.
A mancha de poluição do Rio Tietê diminuiu 11% em 2016 na comparação com o ano passado, conforme dados da ONG SOS Mata Atlântica. Apesar da melhora, a extensão da sujeira ainda é quase duas vezes maior do que a existente antes da crise de abastecimento, que atingiu o estado de São Paulo a partir de 2014.
Segundo o levantamento da organização, o Rio Tietê, hoje, pode ser considerado morto em um trecho de 137 km, que se estende desde o município de Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo, até a cidade de Cabreúva, já no interior do estado.
Em 2016, o rastro de sujeira é 17 km menor do que um ano atrás, mas ainda é muito maior do que o de 71 km, que havia antes da crise hídrica. Até 2014, a poluição se concentrava na região metropolitana da capital, entre Guarulhos e Pirapora do Bom Jesus.
A chuva ajuda a diluir o esgoto que desemboca no rio e, na falta dela, a mancha de poluição no Tietê mais do que dobrou durante o auge da estiagem paulista, entre 2014 e 2015. Além disto, a falta de investimento por parte da Sabesp em coleta e tratamento de esgoto também colaborou para aumentar o problema, de acordo com a SOS Mata Atlântica.
Para a ONG, caso a recuperação do rio siga no ritmo que está, a população paulista terá que esperar duas décadas para ver o rio voltar à vida.
“O risco que a gente corre é que as pessoas esqueçam da crise hídrica e continuem a se manter numa zona de conforto em relação à água, achando que podemos buscar água limpa cada vez mais longe e devolvendo a sujeira cada vez mais longe”, afirma Malu Ribeiro, coordenadora da ONG.