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quarta-feira, 12/11/2025




Paulo Gonet promete a senadores não interferir em outros poderes

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Caio Spechoto e José Marques
Brasília, DF (FolhaPress)

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, garantiu aos senadores nesta quarta-feira (12) que não vai interferir nas ações dos outros poderes. Ele também ressaltou a importância de a Procuradoria Geral da República trabalhar com discrição.

“Confirmo nosso compromisso de respeitar as funções dos outros poderes da República, evitando interferir nas decisões tomadas por agentes eleitos diretamente pelo voto popular”, disse ele.

“Buscar reconhecimento temporário ou aparecer na mídia não combina com o nosso jeito de atuar, que prioriza o rigor técnico-jurídico. A legitimidade das ações do procurador-geral não vem do agrado momentâneo da maioria, mas da solidez jurídica de suas decisões”, afirmou Gonet.

Essa declaração foi feita durante a sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, que faz parte do processo para sua recondução como chefe do Ministério Público.

O grupo vai votar se recomenda ou não sua aprovação para o plenário do Senado, onde será tomada a decisão final. São necessários 41 votos a favor para que ele seja reconduzido.

Espera-se que Gonet seja aprovado, porém com uma margem menor que a obtida em 2023, quando ele foi inicialmente nomeado procurador-geral da República, recebendo 65 votos.

Naquela ocasião, parte da oposição bolsonarista, com apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), apoiou Gonet. Agora, ele enfrenta críticas desse grupo político devido às acusações da PGR contra Bolsonaro no processo da trama golpista, no qual o ex-presidente foi condenado a 27 anos de prisão.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou a recondução de Gonet pouco antes de sua manifestação no julgamento. Assessores do presidente explicaram que essa antecipação fortaleceu a posição do procurador-geral em um momento de grande pressão política e institucional.

Outra razão para a insatisfação com Gonet é a denúncia contra Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Tagliaferro, que ajudou o ministro quando ele presidia o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ficou conhecido dentro do bolsonarismo por divulgar mensagens relacionadas ao ministro.

O apoio de Gonet à maioria do Supremo no processo da trama golpista estava previsto tanto no Judiciário quanto na política. Ele foi indicado pelo presidente Lula em 2023, com o apoio dos ministros do STF Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes.

Gonet foi escolhido por fora da lista tríplice da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), assim como seu antecessor, Augusto Aras, que foi indicado duas vezes por Bolsonaro.

Embora tenha sido vice-procurador-geral eleitoral na gestão de Aras, Gonet não é visto como alinhado a ele dentro do Ministério Público e tem mais aceitação interna.

Conhecido por sua discrição, Gonet não fez campanha pública para sua recondução entre os senadores. Geralmente, autoridades visitam os gabinetes dos parlamentares para pedir apoio antes dessas votações.




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