O governo aguarda uma nova rodada de negociações sobre o tarifaço com os Estados Unidos em janeiro de 2026. A expectativa é que o impasse comercial seja superado até o final do primeiro semestre do próximo ano, conforme informações de interlocutores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O momento é de calma para o Brasil, que aguarda uma resposta da equipe do presidente norte-americano, Donald Trump, nas próximas semanas.
Em 14 de novembro, Trump anunciou uma retirada parcial do tarifaço aplicado a produtos brasileiros, que sofria taxação de 50%. No entanto, conforme o Ministério da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), cerca de 22% das importações brasileiras nos EUA ainda estão sujeitas às tarifas elevadas.
O governo brasileiro espera agora um contato oficial da Casa Branca para marcar uma nova rodada de negociações entre as equipes técnicas.
Uma segunda reunião entre os presidentes Lula e Trump está prevista, mas só acontecerá após avanços nas conversas preparatórias das equipes. Eles estiveram juntos em outubro, na Malásia, estabelecendo as bases para um diálogo comercial futuro.
Agenda internacional para 2026
- Em fevereiro, o presidente Lula visitará a Índia para um encontro de Estado com o primeiro-ministro Narendra Modi, visando ampliar o acesso ao mercado indiano para produtos brasileiros e firmar uma cooperação em digitalização dos serviços públicos.
- Em abril, Lula participará da Hannover Messe, na Alemanha, convidado pelo chanceler Friedrich Merz. A expectativa é abrir novos mercados europeus para o biocombustível brasileiro.
- Em junho, o presidente poderá participar da reunião do G7 na França, dependendo do progresso das relações comerciais entre o Brasil, União Europeia e Estados Unidos.
- Em novembro, ocorrerá a reunião do G20 nos Estados Unidos.
Expectativas e desafios
Há um sentimento de otimismo cauteloso entre os negociadores brasileiros. Além da perspectiva de encerrar as tarifas extras, o governo avança na busca por novos parceiros comerciais. Espera-se que até 20 de dezembro o presidente Lula possa assinar o acordo comercial do Mercosul com a União Europeia, um dos principais objetivos da presidência brasileira no bloco econômico, que termina em dezembro. Essa assinatura estará condicionada à aprovação da proposta pelo Parlamento Europeu, prevista para os dias 18 e 19 de dezembro.

