21.5 C
Brasília
terça-feira, 02/12/2025

MP solicita que TCU acompanhe empréstimo de 20 bilhões aos Correios

Brasília
nuvens dispersas
21.5 ° C
21.5 °
21.5 °
94 %
1.5kmh
40 %
ter
27 °
qua
22 °
qui
21 °
sex
23 °
sáb
23 °

Em Brasília

O Ministério Público (MP) pediu ao Tribunal de Contas da União (TCU) para que supervisione o empréstimo planejado de R$ 20 bilhões aos Correios, operação que levanta dúvidas sobre a clareza e os riscos financeiros envolvidos.

O pedido, realizado na segunda-feira (1/12), expressa preocupação quanto ao impacto dessa operação nas finanças públicas e suas possíveis repercussões para a prestação dos serviços postais. A intenção é garantir que os termos do empréstimo sejam claros e que os recursos sejam aplicados com responsabilidade e transparência.

O valor solicitado deve ser usado para capital de giro e reforço da estrutura financeira da empresa, porém especialistas alertam que o empréstimo pode pesar ainda mais no Estado, conforme as garantias e condições de pagamento definidas.

Essa iniciativa do MP reflete a crescente demanda institucional por controle e fiscalização rigorosa de operações de grande impacto fiscal nas empresas públicas. Caso o TCU aceite o pedido, poderá impor exigências adicionais de prestação de contas e auditorias à estatal.

O subprocurador-geral do MP, Lucas Furtado, destaca a necessidade de atenção especial à taxa de juros, aos custos totais da operação e à possível modificação do decreto que regula o processo de transição entre empresas estatais federais dependentes e não dependentes.

Segundo ele, a contratação do empréstimo pode ser vista como uma espécie de “Bolsa Banco”. A taxa de juros aplicada, considerada alta para uma operação garantida pelo governo, reduz o risco das instituições financeiras envolvidas, mas aumenta o custo para o Estado.

“Com uma taxa correspondente a 136% do CDI, os juros acumulados ao longo de dez anos podem atingir valores bilionários, agravando a situação financeira dos Correios e potencialmente transferindo o ônus para o Tesouro Nacional. Além disso, custos adicionais como taxas administrativas e encargos também precisam ser avaliados com cuidado”, ressaltou.

Lucas Furtado alerta que, se a empresa pública não conseguir honrar seus compromissos financeiros, o prejuízo maior será do contribuinte brasileiro, pois a responsabilidade recairá sobre o Tesouro Nacional.

Veja Também