China, Rússia e a Liga Árabe manifestaram forte reprovação contra as ações militares de Israel em alvos nucleares e militares no Irã na última sexta-feira (13). Em contraste, países ocidentais como França e Estados Unidos ofereceram respaldo à ofensiva israelense.
Outras potências como Reino Unido, Índia e União Europeia optaram por não condenar nem apoiar diretamente a intervenção, mas solicitaram moderação e o fim das hostilidades entre os envolvidos.
O Brasil classificou a ação israelense como grave violação ao direito internacional e à soberania iraniana, condenando-a veementemente.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês expressou preocupação profunda com as consequências do ataque, reafirmando a oposição da China a quaisquer medidas que transgridam a soberania ou que intensifiquem os conflitos na região, ressaltando que o aumento das tensões não beneficia a ninguém.
A Liga Árabe também condenou as investidas israelenses, denunciando-as como flagrante desrespeito ao direito internacional e alertando para o risco de um conflito regional ampliado.
Posição da Rússia
O governo de Moscou reprovou firmemente a ofensiva, qualificando-a como um ato cínico ocorrido durante as negociações entre Teerã e os EUA sobre o programa nuclear iraniano. O Kremlin destacou que tais ataques comprometem seriamente os esforços diplomáticos multilaterais destinados à redução de tensões e à busca por soluções pacíficas para as desconfianças em torno do programa nuclear do Irã.
A Rússia enfatizou que a questão não deve ser solucionada por meios bélicos e criticou países ocidentais por fomentarem um clima anti-Irã no Conselho da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), alertando para a gravidade das consequências dessas atitudes.
Reações na Europa
A França manteve a crítica ao avanço do programa nuclear iraniano e reiterou o direito de Israel de se defender, mas pediu contenção para preservar a estabilidade regional. O Ministério das Relações Exteriores de Paris expressou preocupações acerca da ameaça que o programa nuclear do Irã representa para a segurança nacional francesa e para o cumprimento de obrigações internacionais.
No Reino Unido, o governo recomendou que cidadãos evitem viajar a Israel, não emitiu condenação ao ataque e defendeu a calma e o retorno à diplomacia para evitar escalada do conflito, segundo o primeiro-ministro Keir Starmer.
Já a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von Der Leyen, qualificou a situação como preocupante e pediu a todas as partes disciplina para conter as tensões, evitando retaliações e reforçando a necessidade de uma solução diplomática para garantir a segurança global.
Reação dos Estados Unidos
O presidente dos EUA, Donald Trump, apoiou vigorosamente as ações israelenses, afirmando que o Irã deveria aceitar acordos para limitar seu programa nuclear, sob risco de sofrer ataques adicionais.
Contexto do conflito
Israel justificou seus ataques alegando que o Irã estaria desenvolvendo armamentos nucleares representando ameaça direta a Tel Aviv. O Irã refuta tais acusações, assegurando que seu uso da tecnologia atômica é exclusivamente pacífico, voltado para produção de energia.
Mesmo sendo signatário do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, o Irã enfrenta objeções da AIEA em relação a seus compromissos. Autoridades nucleares iranianas classificam tais objeções como campanhas politicamente motivadas, influenciadas pelos países ocidentais e Israel. Por sua vez, Israel é um dos poucos países que não aderiram ao tratado.