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sábado, 19/07/2025

Lian Gong: técnica chinesa traz alívio para dores no Distrito Federal

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Para diminuir filas, amenizar dores crônicas e incentivar o cuidado pessoal, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) capacitou 30 profissionais da rede pública em Lian Gong em 18 terapias, uma técnica chinesa que combina movimentos corporais, respiração e concentração mental. A capacitação ocorreu durante o mês de junho no Centro de Referência de Práticas Integrativas de Planaltina (Cerpis) e foi destinada principalmente a agentes comunitários de saúde da Região Norte.

Disponível gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2006 e presente no DF desde 1998, o Lian Gong é considerado uma abordagem leve para cuidados em saúde. “O treinamento contribui para ampliar a oferta e o acesso a essa técnica para os usuários do SUS, além de beneficiar os próprios servidores”, explicou a secretaria.

O curso foi organizado pela Gerência de Práticas Integrativas em Saúde da SES-DF em colaboração com a Escola de Saúde Pública do DF (ESPDF) e com o suporte da Diretoria Regional de Atenção Primária à Saúde da Região Norte (DIRAPS). O objetivo é preparar facilitadores para atuarem nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). “Por ser uma atividade em grupo, um profissional ou dupla pode atender várias pessoas simultaneamente, otimizando os recursos humanos e diminuindo filas e a sobrecarga do sistema. Incentivando o autocuidado, promove autonomia do paciente em seu processo de saúde”, ressaltou a SES.

O que é o Lian Gong?

Para a fisioterapeuta Patrícia Falcão, referência em Lian Gong no DF, a prática vai além de um exercício físico comum. “O Lian Gong em 18 terapias é uma prática corporal terapêutica fundamentada na medicina tradicional chinesa, que também dialoga com conhecimentos da medicina moderna. São 54 exercícios divididos em 3 etapas. Os movimentos são contínuos, sincronizados com a respiração, sem impacto, e promovem efeitos profundos no corpo e na mente”, explica.

Patrícia destaca que, apesar de sua origem oriental, a técnica está incluída oficialmente na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares do SUS desde 2006, e na Política Distrital desde 2014. “Não é uma ginástica recreativa. Trata-se de uma tecnologia leve, adequada para todas as idades e parte do cuidado integral oferecido pelo SUS”, salienta.

Ela informa que o Lian Gong é recomendado para diferentes públicos, especialmente para quem sofre de dores crônicas como lombalgia, artrose e cervicalgia; idosos frágeis ou com risco de quedas; jovens com dores musculares; pessoas com insônia, estresse ou ansiedade leve; e portadores de doenças crônicas controladas, como hipertensão e diabetes. “Não é exclusividade de idosos, como muitos imaginaram. Pode ser ajustada conforme a idade e condição de saúde de cada um”, afirma.

Entre as principais indicações estão dores musculoesqueléticas nos ombros, pescoço, coluna e joelhos; problemas respiratórios leves, como asma e bronquite; além de quadros de estresse, dificuldade para dormir, ansiedade e até hipertensão leve. Apesar de segura, existe restrições para sua prática. “Gestantes nos primeiros três meses de gravidez, pessoas com febre ou doenças contagiosas não devem realizar a técnica”, orienta Patrícia.

A especialista também salienta que os grupos de Lian Gong costumam ter horários fixos semanais, facilitando a frequência da comunidade. A prática ocorre principalmente nas UBSs, mas também pode ser realizada em quadras, praças, escolas ou outros locais acessíveis. “Nas unidades de atenção secundária, como CAPS e Policlínicas, o atendimento é direcionado a pacientes que já fazem parte dessas unidades. Nas UBSs, o acesso é livre e direto”, esclarece.

Patrícia reforça a importância de aceitar o Lian Gong como prática oficial do SUS, respaldada por evidências científicas e as diretrizes nacionais de saúde. “Implementar grupos de Lian Gong como atividade coletiva representa um avanço significativo no cuidado integral e territorial em saúde, estando alinhada às políticas do SUS e com base em evidências científicas”, concluiu.

Bem-estar

A facilitadora Janine Batista, 48 anos, que pratica Lian Gong há quase seis anos, conheceu a técnica em 2010 por meio de um curso divulgado no site da Secretaria de Saúde. Moradora de Águas Claras, ela não só pratica regularmente, como também lidera grupos em sua unidade de trabalho. “O Lian Gong trouxe muitos benefícios para minha saúde. Estou mais disposta, tranquila e percebo redução nas dores musculares, nos tendões e articulações”, conta.

Janine destaca que os facilitadores estão sempre em aprendizado constante. “Como facilitadores, somos também aprendizes, pois participamos de aulas periódicas para manter a qualidade ao repassar o ensino aos pacientes”, explica.

A prática de Lian Gong é oferecida gratuitamente em 10 unidades da rede pública do Distrito Federal. Não é necessário encaminhamento médico, não há filas nem critérios específicos para participar. As sessões são em grupo e os horários são estabelecidos por cada unidade de saúde. Para quem deseja participar, basta procurar a unidade mais próxima para saber os horários disponíveis.

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