Assalto ocorreu na trilha Cristal, no último sábado (13). Suspeitos se passaram por vigilantes do local; G1 aguarda posicionamento do ICMBio.
Dois homens armados com uma faca renderam duas estudantes que faziam trilha no Parque Nacional de Brasília – conhecido como Água Mineral – e roubaram celulares, lanches, cartões de crédito, duas bicicletas e até máscaras das vítimas. O crime ocorreu por volta das 14h de sábado (13). Ninguém foi preso.
Segundo a estudante Grazielle Lessa, de 28 anos, que estava acompanhada da irmã, Juliana Lessa, os suspeitos estavam escondidos na vegetação e usavam uniformes de vigilantes do Instituto Chico Mendes (ICMbio), que administra o parque. As jovens não se feriram.
“Primeiro apareceu somente um dos homens afirmando ser do ICMBio. Após alguns instantes, ele anunciou o assalto. Estava usando balaclava [espécie de capuz que esconde o rosto], traje de vigilante e uma faca na cintura”, contou Grazielle.
“Ele ordenou que deitássemos no mato sem olhar para ele. Enquanto isso, o outro homem saiu da vegetação e veio recolher os pertences. Ele falava várias ameaças como ‘vocês querem morrer?’, também deu um tapa em uma de nós e fez comentários sobre os nossos corpos.”
A trilha onde ocorreu o crime tem um percurso de 15 km. Após o roubo das bicicletas e de outros pertences, as jovens precisaram percorrer cerca de 7 km a pé. O local funcionava neste sábado porque as medidas de restrições impostas pelo GDF durante a pandemia de Covid-19 não atingem parques da capital federal.
O caso foi registrado na 2ª Delegacia de Polícia, na Asa Norte, como roubo a transeunte.
Insegurança
As estudantes contaram ainda que, após o crime, tentaram comunicar o fato a funcionários do parque, mas não receberam suporte dos servidores.
“A 3 km do centro encontramos um carro com cinco pesquisadores da UnB [Universidade de Brasília], que foram avisar aos funcionários do parque que havíamos sido assaltadas e precisávamos que nos buscassem, pois estávamos andando e com pés machucados, mas nenhum funcionário ou carro do ICMBio apareceu, mesmo havendo vários automóveis estacionados na administração do parque”, contou Grazielle.
questionado o ICMBio sobre a segurança no local, se houve falha na assistência às ciclistas e sobre o controle de entradas e saídas de visitantes do parque e aguardava retorno até a publicação desta reportagem.
“Houve uma completa falta de suporte por parte do ICMBio. Os funcionários do parque disseram que não podiam sair com o veículo do órgão para nos levarem até a delegacia mais próxima e também não acionaram a Polícia Ambiental.”