O número de infartos entre pessoas jovens tem crescido no Brasil, o que preocupa os profissionais de saúde. Dados do Ministério da Saúde, coletados pela Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), mostram que as internações por infarto em pessoas com menos de 40 anos subiram 150% entre 2000 e 2024, passando de dois para cinco casos a cada 100 mil habitantes. Isso mostra a importância de manter hábitos saudáveis e identificar cedo os fatores de risco para doenças do coração.
Para alertar e preparar os profissionais de saúde, o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF) realizou uma palestra no Hospital Regional de Santa Maria (HRSM). O evento explicou desde a origem do infarto até como reconhecer rapidamente os sintomas e o tratamento correto.
A enfermeira Rafaela Gomes Portela, que conduziu a palestra, destacou que nem toda dor no peito é igual. Ela explicou que a dor comum do infarto é forte, localizada no lado esquerdo do peito e pode se espalhar para o braço e pescoço, durando bastante tempo. Já a dor diferente é mais frequente em diabéticos, mulheres e idosos, o que dificulta o diagnóstico rápido.
Cerca de 80% dos infartos acontecem por causa do rompimento de placas de gordura nas artérias, que formam trombos bloqueando o fluxo de sangue para o coração. Fumar, ter pressão alta e colesterol alto são fatores que ajudam a formar essas placas. Mas a boa notícia é que a maioria desses fatores pode ser controlada com mudanças no estilo de vida.
Medidas importantes para prevenir o infarto incluem alimentação saudável, exercício físico regular, controle do peso, boa qualidade do sono e gerenciamento do estresse. Esses cuidados são essenciais para manter o coração saudável.
A enfermeira Rayanne Lopes, que trabalha na administração do HRSM, participou da palestra e elogiou a clareza das informações. Ela afirmou que mesmo quem não trabalha diretamente na saúde pode entender melhor a gravidade do infarto e a importância da prevenção.
Resultados que salvam vidas
Além da capacitação, o evento destacou o sucesso do projeto Sprint, criado em 2019 pela parceria entre o IgesDF e o Instituto de Cardiologia e Transplantes do Distrito Federal (ICTDF). O objetivo do projeto é melhorar o atendimento a pacientes com suspeita de infarto nas unidades de pronto atendimento (UPAs).
O projeto funciona 24 horas, oferecendo ajuda imediata aos médicos das UPAs. Em caso de dúvida sobre o eletrocardiograma, o médico pode enviar o exame e informações do paciente para um cardiologista do ICTDF, que analisa os dados em tempo real e orienta o melhor tratamento.
Segundo Rafaela Gomes Portela, o trabalho em equipe tem mostrado resultados positivos. Em 2024, o projeto garantiu 94% de sobrevivência entre os pacientes atendidos, reduzindo mortes causadas por infarto.