Paulo Eduardo Dias e Isabella Menon
São Paulo, SP (FolhaPress)
Um homem chamado Douglas Alves da Silva, 26 anos, foi preso após atropelar e arrastar uma mulher por cerca de 1 km na zona norte de São Paulo na manhã do sábado (29). O caso chocou as autoridades policiais.
A vítima, Tainara Souza Santos, 31 anos, foi deixada na Marginal Tietê com ferimentos graves. Ela está internada em coma e teve que amputar ambas as pernas próximas aos joelhos.
O delegado titular do 90º Distrito Policial (Parque Novo Mundo), Augusto Cesar Pedroso Bicego, afirmou que nunca viu algo assim em toda a sua carreira, que começou em 1996.
“É um ato cruel. Isso foge do padrão comum da sociedade. Nada justifica o que ele fez”, comentou o delegado pouco depois de interrogar Douglas, que foi preso na noite de domingo (30).
Quando Douglas foi levado ao Instituto Médico Legal, uma multidão o xingava e o ameaçava do lado de fora da delegacia.
O delegado relatou que Douglas negou conhecer Tainara antes do incidente, mas a investigação mostra que eles tiveram algum tipo de relacionamento.
De acordo com Douglas, ele estava em um bar na Avenida Tenente Amaro Felicíssimo da Silveira na sexta-feira (28) à noite, quando um amigo dele, Kauan Silva Bezerra, se envolveu em uma briga com o acompanhante de Tainara. Douglas disse que tentou ajudar e acabou ferido no rosto com uma garrafada.
Depois de sair do bar, Douglas viu Tainara e seu acompanhante e acelerou o carro para assustá-los. Ele afirmou que não ouviu buzinas na Marginal Tietê, pois estava com os vidros fechados e o som alto. Quando percebeu o que havia acontecido, fugiu com medo de ser atacado.
Douglas foi detido em um hotel na Vila Prudente, zona leste de São Paulo. Houve relatos de resistência e troca de tiros durante a prisão, mas a defesa nega essas versões.
O advogado Marcos Tavares Leal afirmou que Douglas estava tentando se entregar quando foi violentamente preso e que ele necessitou de atendimento médico.
O amigo Kauan estava no banco do passageiro no momento do incidente. O advogado de Kauan, Matheus Lucena, disse que houve brigas no bar e que Douglas dirigiu o carro em direção à Tainara e seu acompanhante de propósito.
Segundo o delegado, a versão de Douglas não condiz com o que Kauan e outras testemunhas relataram. Kauan afirmou que Douglas tinha um relacionamento anterior com a vítima e ficou irritado ao vê-la com outro homem.
Kauan também relatou que foi ele quem mandou Douglas parar o carro durante o incidente.
Douglas permanece preso no 26º DP (Sacomã), zona sul de São Paulo, enquanto a polícia continua investigando e buscando provas para pedir prisão preventiva sem prazo definido.

