Governo esclarece dúvidas dos candidatos do CNU

GABRIELA CECCHIN
FOLHAPRESS

O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) promove nesta sexta-feira (4), às 14h30, uma transmissão ao vivo para responder perguntas sobre a segunda edição do Concurso Nacional Unificado (CNU). As dúvidas foram enviadas antecipadamente pelos candidatos por meio das redes sociais.

O objetivo é facilitar o processo de inscrições, que teve início na terça-feira (2) e vai até as 23h59 do dia 20 de julho, pelo site da Fundação Getulio Vargas (FGV).

O concurso disponibiliza 3.652 vagas em 32 órgãos federais espalhados por ao menos 37 cidades do país. Entre elas, 3.144 vagas são para nível superior, incluindo 1.172 para cadastro de reserva, e 508 para nível médio. Os salários iniciais podem chegar a R$ 16 mil.

A taxa única de inscrição é de R$ 70, com possibilidade de isenção para candidatos cadastrados no CadÚnico, doadores de medula óssea, e bolsistas/ex-bolsistas do Fies ou Prouni que solicitarem até 8 de julho diretamente no sistema.

As provas objetivas serão aplicadas em 5 de outubro em 228 cidades de todas as regiões do Brasil. A prova discursiva está prevista para 7 de dezembro, destinada somente aos que forem aprovados na primeira fase. A divulgação dos resultados está prevista para começar em 30 de janeiro de 2026.

O CNU nesta edição está organizado em nove blocos temáticos que reúnem carreiras por área de atuação. Participam órgãos como o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e as Forças Armadas (Marinha, Exército e Aeronáutica).

Como realizar a inscrição no CNU?

1. Acesse o site da FGV para inscrição e clique em “Inscreva-se”.
2. Será direcionado para a plataforma Gov.br, onde deve informar CPF e senha para login.
3. Depois, faça login ou crie cadastro na página da FGV Conhecimento, preenchendo dados familiares, documentos, origem, informações pessoais, endereço e contatos. Sexo, nome da mãe e data de nascimento são importados automaticamente da Receita Federal. É preciso autorizar o recebimento de comunicados do CNU por email ou SMS.
4. Com o cadastro concluído, o candidato inicia a inscrição selecionando um único bloco temático.
5. Depois, escolhe cargos e especialidades disponíveis dentro desse bloco.
6. Indica a ordem de preferência para ocupação dos cargos escolhidos.
7. Em seguida, informa a cidade para realizar a prova, responde questões de desempate, escolhe concorrer por cotas, e solicita isenção da taxa se for o caso.
8. Preenche um questionário socioeconômico, que não será usado para eliminar ou classificar.
9. Por fim, confirma a ciência e concordância das regras e salva a inscrição.
10. Finalize gerando a Guia de Recolhimento da União (GRU) para pagamento da taxa, exceto se tiver isenção. O pagamento deve ser feito até a data de vencimento para validar a inscrição.

Divisão dos blocos temáticos do CNU 2025

• 1 – Seguridade Social: Saúde, Assistência Social e Previdência: 789 vagas em saúde pública, assistência social, laboratórios.
• 2 – Cultura e Educação: 130 vagas nas áreas de ensino, patrimônio e políticas culturais.
• 3 – Ciências, Dados e Tecnologia: 212 vagas envolvendo ciência de dados, inovação e estatísticas.
• 4 – Engenharias e Arquitetura: 306 vagas em infraestrutura, mobilidade e obras públicas.
• 5 – Administração: 1.171 vagas para gestão, orçamento e recursos humanos.
• 6 – Desenvolvimento Socioeconômico: 286 vagas em indústria, comércio e desenvolvimento regional.
• 7 – Justiça e Defesa: 250 vagas em segurança pública, justiça e direitos humanos.
• 8 – Intermediário – Saúde: 168 vagas para apoio administrativo na área de saúde.
• 9 – Intermediário – Regulação: 340 vagas para apoio técnico em áreas regulatórias.

Calendário do CNU 2025

• Inscrições: das 10h de 2/7/25 até 23h59 de 20/7/25 (pagamento até 21/7)
• Pedido de isenção da taxa: 2 a 8/7/25
• Prova objetiva: 5/10/25, das 13h às 18h
• Convocação para prova discursiva: 12/11/25
• Confirmação de cotas e PcD: 12/11/25
• Envio de títulos: 13 a 19/11/25
• Confirmação de cotas: 8/12 a 17/12/25
• Prova discursiva para aprovados na 1ª fase: 7/12/25
• Divulgação preliminar dos resultados: 30/01/2026

Pedido de suspensão do concurso pelo MPF

Na quinta-feira (3), o Ministério Público Federal (MPF) solicitou à Justiça Federal do Distrito Federal a imediata suspensão do concurso 2025. O MPF aponta falhas no edital que podem comprometer a eficácia das cotas raciais previstas em lei. O MGI nega os problemas.

As críticas às políticas de cotas começaram em 2024, com relatos de candidatos cotistas que tiveram sua autodeclaração negada nas bancas de heteroidentificação, inclusive militantes do movimento negro. Essas negativas foram contestadas na Justiça por falta de fundamentação.

Na época, o MPF pediu a suspensão da divulgação dos resultados até a correção dos problemas, mas o MGI manteve a publicação. Os resultados já sofreram atrasos devido a pedidos anteriores do MPF para inclusão de candidatos eliminados por erros em cartões-resposta.

Mudanças na segunda edição do CNU

A reserva de vagas para cotistas aumentou de 20% para 30%, incluindo indígenas e quilombolas nas ações afirmativas. As vagas entre cotistas são distribuídas em 25% para pretos e pardos, 3% para indígenas e 2% para quilombolas. No ano anterior, cotas para indígenas eram apenas para cargos na Funai. Além disso, 5% das vagas são para pessoas com deficiência.

Também há uma regra para que mulheres compõem ao menos metade dos candidatos classificados para a prova discursiva em cada cargo e modalidade de cota. Em 2024, elas foram 56% dos inscritos, mas só 37% dos aprovados na primeira fase.

A identificação dos candidatos nas provas será feita por códigos de barras nos cadernos para evitar erros de correção e aumentar a segurança.

Em 2024, o primeiro CNU foi o maior concurso público já realizado no Brasil, com 2,1 milhões de inscritos disputando 6.640 vagas em 21 órgãos federais, apesar de sofrer adiamento devido a enchentes no Rio Grande do Sul.

Para 2025, o governo prevê que, caso desastres naturais impeçam a realização do exame em alguma região afetando ao menos 0,5% dos candidatos, haverá aplicação de provas extras para esses participantes.