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terça-feira, 09/12/2025

Flávio Bolsonaro tenta garantir anistia antes do prazo final

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Em Brasília

Com menos de duas semanas para o início do recesso parlamentar, membros aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), incluindo seu filho e pré-candidato à Presidência, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), enfrentam um impasse sobre a anistia destinada aos presos do 8 de Janeiro. A proposta permanece parada na Câmara dos Deputados, sem consenso, e não avança no Senado.

A resistência ocorre devido à falta de apoio à sugestão do relator Paulinho da Força (Solidariedade-SP), que propõe redução de penas, em contraponto ao pedido dos bolsonaristas por uma anistia completa.

Flávio Bolsonaro ressaltou que a votação é uma prioridade inicial para sua pré-candidatura e busca apoio de lideranças do Centrão, com as quais se reuniu na noite de segunda-feira (8/12) em sua residência. Os presidentes do União Brasil e do PP, Antonio Rueda e Ciro Nogueira, preferiram não manifestar apoio imediato, afirmando que consultarão suas bancadas.

Flávio condiciona a anistia como parte do acordo para abrir espaço a um nome do Centrão nas próximas eleições. Essa posição gerou desconforto no relator, que declarou que a anistia para Bolsonaro não está em discussão.

Pré-candidatura

Flávio Bolsonaro anunciou sua pré-candidatura à Presidência da República em 5 de dezembro, com o aval de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O anúncio foi recebido de forma negativa pelo mercado, com queda histórica na bolsa naquele dia.

Também provocou descontentamento entre líderes de centro-direita por não ter sido discutido além do círculo familiar bolsonarista.

Flávio colocou como condição para desistir da candidatura a libertação do pai, que cumpre pena de 27 anos e 3 meses na Superintendência da PF, em Brasília, por envolvimento na tentativa golpista. Essa demanda coincide com as discussões sobre anistia em andamento no Congresso.

Enquanto familiares e membros do PL apoiam Flávio, líderes de outras siglas mostram-se reticentes. Após seu anúncio, Flávio tentou diálogo com líderes de centro e direita, porém até o momento permanece isolado. Na última segunda-feira, promoveu jantar com nomes do centro-direita, como Rogério Marinho (PL) e Ciro Nogueira (Progressistas).

Desafios no Congresso

O cenário na Câmara é complicado: o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), que vinha sendo o principal porta-voz da anistia, decidiu se afastar das negociações. Ele acredita que o relatório apresentado por Paulinho da Força não aceitará uma anistia nos moldes defendidos pelos bolsonaristas.

A falta de adesão do PL dificulta o avanço da proposta, e líderes partidários indicam que a pauta continuará paralisada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Sóstenes transferiu a responsabilidade para Flávio Bolsonaro e para o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN). Apesar de um ambiente menos tenso no Senado, não se prevê espaço ou tempo para discutir o tema.

A pauta no Senado

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), está focado nas discussões sobre medidas para responder ao Supremo Tribunal Federal (STF), como o Marco Temporal e alterações na Lei do Impeachment.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) possui maioria no Senado, dificultando a tramitação da anistia. Além disso, o Orçamento de 2026 e vetos presidenciais tomam o tempo das sessões. Alcolumbre deve convocar duas sessões nas próximas semanas antes do recesso.

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