Riom alertou ainda que a participação dos EUA na gestão poderia até interferir na saída de mercadorias para destinos comerciais sancionados por Washington.
“Certamente vão querer ter o controle de onde vai a mercadoria e do que entra. Ou seja, o controle do comércio exterior legal e ilegal. Para a Argentina tudo é uma perda de soberania sobre um de seus recursos estratégicos”, alertou.
Em contrapartida, Riom destacou que países “sem viés ideológico” a favor de Washington, como a Bolívia e o Brasil, poderiam exigir informações da Argentina sobre esse acordo, nos termos do Tratado da Bacia do Prata, assinado em 1969 por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
Na verdade, lembrou o especialista, o governo argentino de Alberto Fernández (2019-2023) pediu explicações ao Paraguai pela assinatura do acordo que introduziu o Corpo de Engenheiros dos EUA na parte paraguaia da hidrovia, homólogo ao assinado agora pela gestão de Javier Milei.
Para Riom, é necessário que haja uma “política regional” em torno da hidrovia, pois embora o marco regulatório regional não impeça que os países da bacia do Prata assinem este tipo de acordo, trata-se de uma “questão suficientemente sensível” para a região.