Mais de 20 mil páginas de documentos ligados ao empresário condenado por operar uma rede de tráfico sexual, Jeffrey Epstein, foram divulgadas pelo Comitê de Supervisão da Câmara dos Estados Unidos na última quarta-feira (12/11), provocando grande repercussão na política dos Estados Unidos.
Alguns desses documentos mencionam até mesmo o atual presidente americano, Donald Trump, e o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A seguir, destacamos algumas das revelações contidas nos arquivos de Epstein.
Epstein menciona ligação com Lula
Em um dos e-mails, Jeffrey Epstein revela uma suposta conexão entre ele e o presidente Lula, intermediada pelo linguista americano Noam Chomsky. A Secretaria de Comunicação da Presidência negou tal ligação.
A mensagem encontrada nos documentos liberados por parlamentares democratas dos EUA contém uma breve frase em inglês, sem detalhar o assunto discutido: “Chomsky me ligou com o Lula. Da prisão. Que mundo”, escreveu Epstein.
Trump tinha conhecimento dos abusos sexuais
Um arquivo traz um e-mail enviado por Epstein em 1º de fevereiro de 2019, cerca de seis meses antes de seu falecimento.
“Trump sabia disso (dos abusos) e veio à minha casa muitas vezes durante esse período”, escreveu Epstein para si mesmo. Na mesma mensagem, ele afirmou que Trump não participou diretamente dos crimes: “Ele nunca recebeu uma massagem”.
Contexto do caso Epstein
Jeffrey Epstein foi acusado de abusar sexualmente de menores, especialmente meninas, entre as décadas de 1990 e 2000, por meio de uma rede de tráfico sexual que ele coordenava.
As investigações começaram em 2005. Ele foi preso em 2008, após se declarar culpado de algumas acusações e assim recebeu uma pena mais branda. Epstein foi libertado em julho de 2009.
O caso voltou à tona em 2019, quando investigações federais levaram à sua nova prisão. Menos de três semanas depois, Epstein foi encontrado morto em uma prisão de Manhattan, com a investigação indicando suicídio.
A “massagem” mencionada na correspondência era parte da prática dos crimes sexuais. Segundo documentos judiciais do Distrito Sul de Nova York, Epstein recrutava jovens, muitas vezes com a promessa de pagamento para realizar massagens em bilionários ricos.
Outros documentos reforçam que Donald Trump tinha conhecimento dos abusos. Em uma mensagem para o autor Michael Wolff, Epstein afirmou que o presidente “sabia das meninas”.
Outras menções importantes
O nome do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro (PL) também aparece em algumas mensagens trocadas em 2018, nas quais Epstein afirma que Bolsonaro “é pra valer” e “é o cara”.
Jeffrey Epstein também tentou atuar como conselheiro para o encontro do presidente americano Donald Trump com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em 2018. Ele sugeriu que o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, buscasse informações sobre Trump diretamente com ele.
Em uma troca com o ex-primeiro-ministro da Noruega, Thorbjorn Jagland, Epstein disse: “Acho que você poderia sugerir a Putin que Lavrov pode obter informações conversando comigo.”
Mensagens sobre acompanhantes
Em outras comunicações, Epstein questiona um contato sobre sua agenda em 23 de julho de 2010. A resposta menciona uma jovem acompanhante e o local em Ibiza, onde estariam várias garotas atraentes. Segundo o interlocutor, Donald Trump estaria presente no local, mas Epstein afirmou estar em Paris naquele momento, conforme noticiado pelo The Guardian.
