Em São Paulo, nesta segunda-feira, o dólar apresentou pequena queda de 0,20%, fechando a R$ 5,4209. O mercado mostrou instabilidade devido às incertezas geradas pela entrada do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) na corrida presidencial, anunciada no fim da semana passada.
Durante a manhã, o dólar chegou a cair abaixo de R$ 5,40, atingindo mínima de R$ 5,3870, em uma correção após alta do final de semana. Essa queda foi estimulada por comentários do próprio Flávio Bolsonaro, que sugeriu a possibilidade de desistir da disputa caso seja aprovada anistia para condenados por tentativa de golpe, beneficiando seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Se Flávio desistir, a candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ganharia força, visto como uma opção de direita que pode garantir ajustes fiscais importantes a partir de 2027, para impedir a reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No início da tarde, o dólar voltou a subir, chegando a R$ 5,4677, influenciado pela valorização da moeda americana internacionalmente e pela queda do petróleo. Porém, fatores como desaceleração das taxas de juros nos EUA e valorização de outras moedas emergentes ajudaram o real a recuperar terreno.
O economista-chefe da corretora Monte Bravo, Luciano Costa, destacou que o dólar tem sido influenciado tanto por movimentos externos quanto pela situação política brasileira, que gera grande instabilidade no mercado.
Flávio Bolsonaro afirmou nas redes sociais que, além da anistia, é fundamental que Jair Bolsonaro esteja nas eleições, indicando que a candidatura permanece. Ele também deve se reunir com líderes dos principais partidos de centro e direita.
O presidente do PL, Ciro Nogueira, afirmou que a montagem da chapa presidencial exige articulação entre partidos, pois a situação política está bastante fragmentada e delicada.
A maioria dos analistas acredita que o mercado permanece volátil e sensível às notícias políticas, já que a candidatura de Flávio Bolsonaro traz instabilidade ao cenário econômico e eleitoral.
Bolsa de Valores
A incerteza política afetou o índice Ibovespa, que apesar de ter registrado alta moderada de 0,52%, não conseguiu se aproximar da máxima histórica alcançada na sexta-feira passada. O índice oscilou durante o dia, refletindo os diversos sinais vindos da família Bolsonaro.
A valorização das ações foi liderada por empresas como Petrobras, Itaú e Bradesco, enquanto outras, como Hapvida e Assaí, tiveram queda.
Segundo analistas, a disputa política continua gerando volatilidade no mercado, com expectativas de que a candidatura de Flávio Bolsonaro possa desistir, abrindo espaço para outros nomes da direita, como Tarcísio de Freitas.
Juros
Os juros futuros também sofreram leves variações, acompanhando o comportamento do dólar e do noticiário político. A correção após alta forte da última sexta-feira foi influenciada pelo anúncio da pré-candidatura de Flávio Bolsonaro, que alterou as apostas do mercado.
Na tarde, a melhora do cenário internacional trouxe um alívio para os juros, com expectativas sobre decisões de política monetária nos EUA e no Brasil marcadas para esta semana.
Especialistas afirmam que o mercado está cauteloso, mas a possibilidade de corte nos juros básicos em 2026 pode influenciar a estabilidade econômica.
Em resumo, o cenário político brasileiro, especialmente envolvendo a família Bolsonaro, tem causado oscilações no dólar, na bolsa e nos juros, o que exige atenção dos investidores nas próximas semanas.

