O vice-presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), deputado Duarte Jr. (PSB-MA), e o ex-coordenador de pagamentos do instituto, Jucimar Fonseca da Silva, envolveram-se em uma discussão durante audiência realizada nesta segunda-feira (1º/12).
No embate, Duarte Jr. acusou Jucimar de estar ligado a práticas corruptas. As investigações indicam que o ex-servidor autorizou em lote descontos associados a entidades envolvidas em esquema fraudulento e foi afastado do INSS em 27 de julho deste ano.
O escândalo foi revelado pelo Metrópoles no final de 2023, mostrando um aumento significativo na arrecadação de entidades com descontos de mensalidades de aposentados, atingindo R$ 2 bilhões em um ano, enquanto essas associações eram alvos de diversos processos por fraudes.
Essas reportagens motivaram investigação pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU), e resultaram na Operação Sem Desconto, que levou à demissão do presidente do INSS e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.
Durante a audiência, o ex-coordenador alegou a existência de um documento que contradiz parecer do Ministério Público, que o acusava de apoiar descontos indevidos. Duarte Jr. solicitou que Jucimar apresentasse essa prova, o que não foi feito, provocando nova troca de acusações.
O deputado reclamou da postura agressiva do ex-servidor e disse: “Essa sua mão está suja de corrupção”. Jucimar havia faltado anteriormente à CPMI e foi convocado pela Polícia Legislativa para depor na comissão.
Em outra frente, o empresário Sandro Temer de Oliveira, ligado às associações investigadas, também foi convocado, mas conseguiu habeas corpus do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal, após sua prisão durante a operação policial.