Dilma Rousseff, ao participar da celebração dos 10 anos do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), destacou que o progresso deve ser justo, sustentável, inclusivo, resistente e soberano. “Comemoramos a primeira década do banco com orgulho e um renovado senso de propósito”.
Ela observou que o mundo atualmente é diferente de 2015, estando mais fragmentado, desigual e vulnerável a múltiplas crises, como as climáticas, econômicas e geopolíticas. O multilateralismo enfrenta desafios e há um retrocesso na cooperação global, com o unilateralismo ressurgindo.
Dilma apontou que tarifas, sanções e restrições financeiras são usadas como instrumentos de subordinação política. As cadeias globais de produção estão sendo reconfiguradas, não apenas por eficiência, mas por interesses geopolíticos.
O sistema financeiro internacional mantém uma profunda assimetria, impondo maiores encargos aos que têm menos recursos. Isso demanda mais cooperação e instituições que refletam a realidade e aspirações atuais, não apenas as de décadas passadas.
Para Dilma Rousseff, a missão do NDB não é apenas relevante, mas essencial. Nos últimos 10 anos, a instituição provou ser confiável, eficiente e adaptável, entregando resultados e defendendo valores como solidariedade, equidade e soberania.
Ela revelou que o objetivo não é substituir outros bancos, mas demonstrar que existem diversas formas de promover o desenvolvimento. Países emergentes e em desenvolvimento merecem instituições que entendam seus desafios, respeitem suas escolhas e apoiem suas ambições.
Sobre o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB)
Fundado em 2015, o NDB, também conhecido como Banco dos BRICS, é uma instituição multilateral que mobiliza recursos para projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável em países emergentes.
Conforme informações da instituição, o banco já aprovou 120 projetos, liberando cerca de US$ 39 bilhões (mais de R$ 210 bilhões) em financiamentos. Países fora do BRICS, como Uruguai, Argélia e Bangladesh, podem aderir ao banco. Os membros fundadores do BRICS são os principais financiadores, e outros países, como a Colômbia, já demonstraram interesse em participar. Contudo, fazer parte do BRICS não garante automaticamente acesso ao NDB.
Em 2023, Dilma Rousseff foi eleita presidente do banco, sendo reeleita para o cargo em 2025.
O Papel dos BRICS
O bloco BRICS é um fórum de articulação político-diplomática dos países do sul global, focado em cooperação internacional e em soluções multilaterais para questões globais.
Além de buscar maior influência e justiça para seus membros em organizações como ONU, FMI, Banco Mundial e OMC, o BRICS tem como objetivo criar instituições próprias, como o NDB, para melhor atender seus interesses.
Por não ser uma organização internacional formal, o BRICS não conta com orçamento próprio ou secretariado permanente.
Essas informações são baseadas em dados da Agência Brasil.