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quinta-feira, 07/08/2025

DF oferece tratamento completo a pacientes com câncer de pulmão

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As dores nas costas que impediram o marceneiro aposentado Luiz de França, 65 anos, de se levantar da cama foram o primeiro sinal de um problema sério. “Um dia acordei e não consegui me levantar. Nunca tinha sentido nada igual”, lembra ele. A dor levou ao diagnóstico de câncer de pulmão em estágio avançado, confirmado em outubro de 2024 no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), administrado pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (IgesDF) e referência no tratamento do câncer.

Apesar da gravidade, Luiz encarou a situação com calma. “Já enfrentei muitas coisas, vou enfrentar essa também”, afirma. Desde então, ele faz sessões de quimioterapia e é acompanhado pela equipe médica do hospital.

O caso de Luiz mostra como o câncer de pulmão pode surgir de forma diferente. Segundo a pneumologista Nancilene Melo, chefe da unidade de pneumologia do HBDF, os sintomas nem sempre aparecem claramente no começo. “Tosse que não para, dor no peito, rouquidão, falta de ar e perda de peso sem causa aparente são sinais que merecem atenção”, alerta. A porta de entrada para o diagnóstico é a unidade básica de saúde (UBS), onde o paciente pode ser encaminhado para exames e avaliação especializada.

Em estágios avançados, como no caso de Luiz, dores nas costas ou nos ossos podem ser os primeiros sintomas. Por isso, é importante rastrear pessoas com maior risco — como fumantes e ex-fumantes.

Novos avanços no tratamento

O tratamento do câncer de pulmão tem melhorado com novas terapias. O chefe do Serviço de Oncologia Clínica do HBDF, Victor Oliveira Alves, destaca que as terapias são personalizadas, considerando o perfil molecular de cada paciente. “Isso aumentou a sobrevida e trouxe mais qualidade de vida”, explica.

Um avanço importante é a terapia-alvo, que usa medicamentos para atacar só as células cancerígenas. “Mesmo em casos avançados, é possível controlar a doença por mais tempo e, em alguns casos, até conseguir a cura”, afirma o oncologista.

Ele também ressalta um efeito positivo da pandemia de covid-19: o aumento dos exames de tórax, que ajudou a detectar nódulos pulmonares precocemente em alguns pacientes.

Importância do apoio emocional

O impacto do câncer vai além do físico. A psicóloga hospitalar Luiza Gayão explica que o diagnóstico mexe muito com o emocional do paciente e da família. “Muitos se culpam por terem fumado ou se exposto a riscos. Medo, perda da autonomia e um luto simbólico são comuns”, comenta.

Por isso, o apoio psicológico faz parte do tratamento completo do HBDF. “A psicologia hospitalar ajuda o paciente a recuperar a dignidade, enfrentar a situação com mais clareza e manter o contato com a equipe de saúde”, completa Luiza.

Prevenir é o melhor caminho

Embora os tratamentos avancem, o câncer de pulmão ainda é o tipo mais letal no Brasil. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), em 2023 foram mais de 28 mil casos novos e cerca de 20 mil mortes. No HBDF, só no primeiro semestre de 2025, foram 31 primeiras consultas e 521 retornos em oncologia clínica. Atualmente, 65 pacientes recebem tratamento ativo para câncer de pulmão na unidade.

O tabagismo é o principal fator de risco, ligado a até 85% dos casos. Mas os especialistas também alertam para os cigarros eletrônicos, cada vez mais usados por jovens. “Esses dispositivos têm substâncias tóxicas que aumentam o risco de câncer no futuro”, destaca a pneumologista Nancilene Melo.

No Distrito Federal, várias UBSs têm grupos para ajudar quem quer parar de fumar, abertos a toda a população. “Parar de fumar é possível e há apoio disponível. O primeiro passo pode salvar vidas”, reforça a médica.

Informações do IgesDF

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