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terça-feira, 02/12/2025

Crianças em Gaza Usam Lixo para Cozinhar Sem Gás

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A situação humanitária em Gaza permanece crítica. Mesmo após o cessar-fogo estabelecido há um mês, o bloqueio imposto por Israel continua severo, permitindo a entrada mínima de ajuda humanitária e mantendo a população em extrema dificuldade. Os botijões de gás estão escassos, e a madeira, essencial para o preparo dos alimentos, está inacessível para muitos moradores.

Para alimentar suas famílias, inúmeras crianças palestinas diariamente vasculham locais improvisados em busca de materiais capazes de acender fogueiras e cozinhar alimentos. No campo de refugiados de Maghazi, que abriga famílias deslocadas do norte da Faixa de Gaza, há um lixão onde o garoto Saleh Wadiya, de 10 anos, recolhe detritos com um carrinho. Ele revela: “Venho aqui todos os dias para juntar o que possa alimentar o fogo e fazer pão, pois não temos dinheiro suficiente para comprar madeira.”

Fajr Aldaya, 13 anos, também recolhe objetos para manter o fogo aceso. Ele relata que o custo diário da madeira é elevado, equivalente a cerca de US$ 15, valor que sua família não consegue arcar. O jovem lembra que antes da guerra, seu pai era vendedor de carros e possuía uma casa com terreno, que foi perdida após o conflito e a destruição provocada pela linha amarela, que hoje divide Gaza sob o controle israelense desde o início da trégua em 10 de outubro.

Infelizmente, a busca por madeira tem custado vidas. Recentemente, dois meninos de 8 e 10 anos foram mortos por drones israelenses ao cruzar a linha amarela para recolher materiais. O tio das crianças, Alaa Abou Assi, relatou que os encontrou em estado grave e destacou que eram inocentes e não carregavam armas. O exército israelense informou que os meninos foram vistos como uma ameaça por se aproximarem das tropas, mas as perdas evidenciam a vulnerabilidade dos civis na região.

Desde o início da trégua, vários incidentes fatais envolvendo forças militares israelenses foram registrados na área da linha amarela, mantendo a população local em um estado de insegurança e sofrimento contínuo. A guerra de dois anos terminou, mas o dia a dia das famílias em Gaza ainda está marcado por dificuldades extremas, privações e medo constante.

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