O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central discutiu novamente os efeitos da política fiscal sobre a condução da política monetária, conforme divulgado na ata da reunião recente, realizada na semana passada, que elevou a taxa Selic de 14,75% para 15,00% ao ano. Os membros do comitê ressaltaram que é fundamental que as políticas fiscal e monetária estejam alinhadas para garantir melhores resultados.
No documento, o colegiado destacou que a política fiscal influencia a economia em curto prazo principalmente ao estimular a demanda, e em médio prazo, ao afetar a curva de juros. Uma política fiscal que seja contracíclica e atue para reduzir o risco associado à dívida pública favorece a estabilidade da inflação dentro da meta estabelecida.
Os integrantes do Banco Central também discutiram a importância de medidas estruturais no orçamento e a diminuição progressiva dos gastos tributários, que podem melhorar a percepção sobre a sustentabilidade da dívida e diminuir os juros de longo prazo. Foi ressaltado que a falta de avanço nas reformas, o aumento do crédito direcionado e as dúvidas sobre a estabilidade da dívida pública podem elevar a taxa básica de juros da economia, dificultando a ação da política monetária e aumentando o custo para controlar a inflação.
O comitê avaliou os planos do Ministério da Fazenda para aumentar as receitas, que enfrentam desafios no Congresso. Reforçou ainda a necessidade de que as políticas econômicas sejam claras, confiáveis e ajustadas ao ciclo econômico para promover estabilidade.