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segunda-feira, 14/07/2025

Congresso pode chamar Rui Costa para esclarecer caso Abin paralela

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Thaísa Oliveira
Brasília, DF (FolhaPress)

O presidente da Comissão de Controle de Atividade de Inteligência do Congresso Nacional, deputado federal Filipe Barros (PL-PR), anunciou nesta quarta-feira (2) que o colegiado está considerando convidar o ministro da Casa Civil, Rui Costa, para prestar esclarecimentos sobre a ‘Abin paralela’ e as supostas atividades de espionagem contra o Paraguai.

Na mesma data, a comissão ouviu o diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Luiz Fernando Corrêa, que foi indiciado pela Polícia Federal por possível interferência em investigações relacionadas ao governo de Jair Bolsonaro (PL).

A audiência com Corrêa foi realizada em caráter fechado para os membros da comissão. Após o encontro, Barros afirmou que os deputados e senadores presentes ficaram satisfeitos com as respostas fornecidas pelo diretor-geral, que respondeu a todas as perguntas feitas.

‘O que posso dizer, respeitando o sigilo da reunião, é que todos os parlamentares que participaram ficaram muito satisfeitos com os esclarecimentos’, declarou o deputado.

Corrêa também explicou sobre as denúncias de que a Abin teria invadido sistemas de autoridades paraguaias de alto escalão durante negociações envolvendo os valores pagos ao Paraguai pela energia gerada pela Usina de Itaipu Binacional.

Essas acusações surgiram após depoimento de um servidor da Abin à Polícia Federal em investigação relacionada à ‘Abin paralela’. O governo de Lula nega as alegações, afirmando que a operação foi autorizada em junho de 2022 pelo governo de Bolsonaro, mas posteriormente cancelada em março de 2023.

Funcionários da Abin exigem a saída de Corrêa e pressionam pela convocação do ministro da Casa Civil, órgão responsável pela agência desde o início do governo de Lula (PT).

A associação Intelis, que representa os servidores da Abin, distribuiu panfletos aos parlamentares criticando o que chamam de ‘deterioração institucional da inteligência estatal’. Oficiais permaneceram na entrada da sala durante a audiência, que durou cerca de duas horas.

O panfleto distribuído no Congresso denunciava que servidores sem ligação com a ‘Abin paralela’ foram expostos, colocando em risco suas vidas e carreiras, sem qualquer medida protetiva adotada.

O grupo questiona a divulgação indevida dos nomes dos oficiais de inteligência no relatório da ‘Abin paralela’, destacando que esses servidores têm direito ao sigilo funcional, sendo identificados apenas por números de matrícula em publicações oficiais.

Além disso, nomes e números de telefone de oficiais não investigados foram expostos no relatório da Polícia Federal, divulgado publicamente por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Entre os servidores, há a percepção de que nem Corrêa nem o ministro da Casa Civil tomaram medidas políticas para proteger a identidade dos agentes.

Corrêa e a agencia não emitiram declarações públicas sobre o indiciamento. Além de Corrêa, foram indiciados o chefe de gabinete dele, delegado da Polícia Federal Luiz Carlos Nóbrega Nelson, e o corregedor-geral da agência, também delegado José Fernando Moraes Chuy.

No dia 24, a associação Intelis aprovou uma proposta de paralisação e decidiu recorrer à Justiça para solicitar o afastamento do diretor-geral.

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