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segunda-feira, 14/07/2025

Campos Neto critica discurso polarizado e responde Haddad sobre juros

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Em sua primeira entrevista após o período de quarentena, Roberto Campos Neto, ex-presidente do Banco Central (BC), prevê um aumento da dívida pública entre 3% e 5% ao ano caso o governo não consiga gerar superávits. Ele aponta que as decisões atuais sobre as contas públicas no Brasil estão marcadas por uma polarização entre ricos e pobres.

Campos Neto comentou ao jornal Folha de S.Paulo que “O discurso de ‘nós contra eles’ não é benéfico para o país e não promove um crescimento estrutural. É necessário unir empresários, trabalhadores e governo para avançar.” A entrevista foi divulgada no domingo (6) e foi realizada antes de Campos Neto assumir, em 1º de julho, o cargo de vice-presidente e chefe global de políticas públicas do Nubank.

Além disso, ele respondeu às críticas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que o acusou de deixar uma herança de juros elevados para seu sucessor na presidência do Banco Central, Gabriel Galípolo. Campos Neto declarou que é lamentável quando se prioriza a criação de narrativas em vez da busca por soluções estruturais.

Ele explicou que, ao se aproximar do fim do mandato, buscou dar mais espaço e influência para o presidente seguinte nas decisões, que inclusive confirmou isso publicamente. Campos Neto também mencionou que esteve recentemente com Galípolo na Suíça e voltaram juntos em um mesmo voo.

Ao se referir ao trabalho de Gabriel Galípolo à frente do BC, Campos Neto afirmou que não tem nenhuma crítica: “Eles têm atuado com técnica e transparência, fazendo um trabalho exemplar.” Contudo, ele ressaltou que o desafio atual está na área fiscal, marcada por incertezas e disputas políticas intensas, que acabam influenciando o debate sobre as contas públicas.

Campos Neto também negou ter intenção de apoiar uma possível candidatura presidencial do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Ele observou um movimento de fortalecimento da direita na América Latina e comentou que as ideologias de esquerda são focadas na igualdade, mas nem sempre na redução da pobreza.

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