A justiça do Reino Unido recusou, nesta segunda-feira (30), o apelo de uma organização de direitos humanos que solicitava a suspensão da exportação de componentes para os aviões de combate americanos F-35, usados por Israel em sua ofensiva em Gaza.
O Tribunal Superior de Londres descartou todos os pleitos da ONG palestina Al Haq, conforme detalhado na sentença acessada pela AFP.
Com o suporte da Anistia Internacional, Human Rights Watch, Oxfam e outras entidades, a Al Haq alegava que o governo do Reino Unido teria infringido normas do direito internacional ao permitir a venda dessas peças para os F-35 destinados a Israel.
Em setembro, o governo do Partido Trabalhista anunciou a suspensão de cerca de trinta licenças de exportação de armamento para Israel (em um total de 350), citando o risco de uso inadequado dessas armas em Gaza, embora os componentes dos aviões F-35 não tenham sido incluídos nessa suspensão.
O Tribunal Superior avaliou que a delicada questão do bloqueio das exportações militares cabe ao Poder Executivo, que presta contas ao Parlamento e, por fim, aos eleitores, e não ao Judiciário.
As peças para os F-35, foco do recurso, são produzidas no Reino Unido.
Mesmo com a decisão desfavorável, a Al Haq ressaltou que o caso elevou a voz do povo palestino à atenção pública.
“Isto é apenas o início”, disse a organização em nota, destacando o amplo apoio recebido.
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