Uma ala de lideranças que apoia o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), acredita que o parlamentar deve avançar com a ideia de punir os deputados bolsonaristas que tentaram impedir que ele assumisse sua cadeira na Mesa Diretora na quarta-feira (6/8).
Além de sentarem nas cadeiras da Mesa, como fizeram os deputados Marcel van Hattem (Novo-RS) e Marcos Polon (PL-MS), outros membros da Câmara complicaram a passagem de Motta da escada até o seu assento. Em um momento, o presidente da Câmara chegou a pensar em desistir de se sentar, mas foi incentivado a continuar por líderes que o acompanhavam.
Entre os líderes que garantiram que Motta assumisse sua cadeira estavam o líder do PP, Dr. Luizinho (RJ), do MDB, Isnaldo Bulhões (AL), do PDT, Mario Heringer, além do segundo vice-presidente da Casa, Elmar Nascimento (União Brasil-BA).
Os aliados de Motta pleiteiam que os bolsonaristas que resistiram à remoção do plenário tenham seus mandatos suspensos por até seis meses e que as atitudes desses deputados sejam avaliadas pelo Conselho de Ética.
Esse movimento ocorre após dias de grande turbulência no Congresso, com obstrução das votações, quase impedindo o andamento dos trabalhos logo após o recesso informal do Legislativo.
PT, PSB e PSOL entraram na quinta-feira (7/8) com pedidos formais na Mesa da Câmara para suspender, temporariamente por seis meses, os mandatos de cinco deputados do PL.
Os parlamentares que constam nos pedidos são: Júlia Zanatta (PL-SC), Marcel van Hattem (PL-RS), Marcos Polon (PL-MS), Paulo Bilynskyj (PL-SP) e Zé Trovão (PL-SC), todos acusados de quebra de decoro parlamentar.
Conforme os documentos apresentados, a ação foi planejada, coordenada e realizada com o objetivo de atrapalhar o funcionamento normal do Poder Legislativo, utilizando força física, correntes, faixas, gritos e símbolos como adesivos na boca, formando um teatro de “censura” que deturpa e prejudica o debate democrático.

